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O que esperar de um mundo digitalizado

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A Organização da Nações Unidas (ONU) definiu a pandemia do novo coronavírus como o maior desafio vivido pela humanidade desde a Segunda Guerra Mundial.

Saúde, economia, educação, relações pessoais: tudo foi afetado pelas medidas de isolamento social e pela crise que se instalou no mundo. Mas essa história tem uma personagem que até então era considerada por muitos como uma mera coadjuvante. Agora, ela assumiu o papel de protagonista: a tecnologia.

À medida que alguns hábitos deixam de fazer sentido para as pessoas, novos recursos e comportamentos surgem como solução para encaminhar o mundo para uma nova realidade.

A tecnologia como solução
A pandemia forçou boa parte das empresas a adotarem o modelo de trabalho remoto. As escolas e universidades precisaram se adequar rapidamente e transformar suas aulas presenciais em aulas digitais. Os encontros com os amigos passaram a ser virtuais.

Esses são só alguns dos exemplos de como o uso da tecnologia se tornou essencial neste período e acelerou a transformação digital do mundo. Quem não estava preparado para lidar com as ferramentas tecnológicas teve que se adaptar rapidamente, afinal, não temos mais outra escolha a não ser incluí-las no nosso dia a dia.

Se antes o indivíduo percebia a tecnologia com alguma desconfiança, a partir da pandemia, esta passou a ser uma solução imprescindível em algumas atividades, aumentando a confiança em seu uso e, inevitavelmente, ampliando seu acesso a um número de indivíduos que estava à margem dos avanços tecnológicos até este momento. O uso do digital na educação, na medicina, as vendas pelo e-commerce, o entretenimento, a comunicação e o home office são exemplos tangíveis da escala de serviços mediados pela tecnologia na sociedade e que foram potencializados pela pandemia de forma global — afirma a Coordenadora dos cursos de Sistemas de Informação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Sistemas para Internet da Unisul, Vera Niedersberg Schuhmacher.

Proteção de dados
Se a tecnologia está mediando as transformações do mundo, não é exagero afirmar que tudo está online, ou melhor, tudo está na nuvem. E é aí que surge uma preocupação urgente para as empresas e instituições: a proteção dos dados de seus clientes e colaboradores.

— No curso de Sistemas de Informação, a proteção dos dados é tratada de forma disciplinar e específica, desde a construção do conhecimento sobre leis e aspectos da legislação, políticas e procedimentos de segurança, até tratamentos de incidentes e forense computacional, baseado em práticas internacionais como a ISO 27001/2 — destaca Vera.

No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais tem vigência prevista para 2021 (podendo ocorrer ainda em 2020, caso a MP 959 perca a eficácia) , e um novo profissional, com o cargo de Encarregado de Proteção de Dados, será responsável por supervisionar a estratégia usada na preservação de dados, sua implementação em empresas e instituições, além de interagir com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

— Os profissionais com maior aptidão para este cargo serão os que atuam na área da Segurança da Informação, com formação em Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Redes de Computadores. Além disso, existem instituições internacionais como a EXIN que certificam o conhecimento através de exames como o Privacy & Data Protection Essentials. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais indica ainda a criação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados, ligada ao Ministério da Justiça, que deverá fiscalizar e garantir a aplicação da lei — explica Vera.

Os desafios dos novos profissionais
A proteção de dados não é o único desafio a ser enfrentado pelos novos profissionais da área tecnológica. Aliás, a maioria dos desafios ainda nem surgiram. Isso porque as atualizações e avanços serão constantes a partir de agora, e novas tendências e necessidades aparecerão com o tempo. Por isso, o aprendizado não tem mais data para terminar.

O maior desafio dos profissionais, principalmente da área de TI, será o entendimento de que as transformações e inovações proporcionadas pela tecnologia da informação exigem habilidades e competências técnicas, emocionais e comportamentais que precisam ser desenvolvidas por meio da educação continuada, chamada de “Lifelong Learning”, ou “aprendizagem ao longo da vida” — afirma Vera.

Já estamos vivendo em um mundo digitalizado e isso exigirá muito dos novos profissionais, afinal, se as mudanças tecnológicas são inevitáveis, os seres humanos também serão cada vez mais fundamentais neste cenário. A tecnologia tem tudo para trazer mais valor, inclusão e igualdade, principalmente para o mundo do trabalho. Não dá mais para voltar atrás, a nova protagonista chegou para ficar.

Com informações do NSC Total

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