Mauro Cid: Bolsonaro fez alterações na minuta do golpe e manteve Moraes como alvo

POSSE REPASSE BSB DF 24 02 2021 NACIONAL/ECONOMIA JAIR BOLSONARO/POSSE NOVOS MINISTROS  O tenente coronel do Exercito, Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro durante cerimonia de posse do novo da Cidadania, Joao Roma e Onyx Lorenzoni, Secretaria Geral da PR, no salao Nobre. FOTO:DIDA SAMPAIO/ESTADAO
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Em depoimento ao STF, ex-ajudante de ordens relata que ex-presidente pediu remoção de ordens de prisão contra autoridades, mas manteve ministro Alexandre de Moraes na lista

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou nesta segunda-feira (9), em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, leu e sugeriu alterações no documento conhecido como “minuta do golpe”, que previa ações autoritárias para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

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Segundo Cid, Bolsonaro solicitou a retirada de trechos que determinavam a prisão de diversas autoridades dos Poderes, mas manteve o próprio Moraes, que presidia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época da eleição, como alvo de prisão. A declaração foi feita durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura a atuação de aliados do ex-presidente em uma possível tentativa de golpe de Estado.

“Em termos de data, não me lembro bem. Foram duas, no máximo três reuniões em que esse documento foi apresentado ao presidente”, afirmou Cid.

De acordo com o militar, a minuta tinha duas partes. A primeira, com cerca de dez páginas, listava possíveis interferências do STF e do TSE no governo e no processo eleitoral. Já a segunda apresentava uma fundamentação jurídica com propostas como decretação de estado de defesa e de sítio, prisão de autoridades e a criação de um conselho eleitoral para realização de novas eleições.

A minuta foi encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, em operação autorizada pelo próprio Moraes.

Ainda segundo Cid, Bolsonaro “enxugou o documento”, removendo a maior parte das ordens de prisão. “Somente o senhor [Moraes] ficaria como preso. O resto, não”, disse ele ao ministro.

O plano previa a anulação do resultado das eleições e a convocação de um novo pleito, sob o comando de um conselho eleitoral.

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