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PF diz que Bolsonaro aguardaria tentativa de golpe morando nos EUA

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Passaporte do ex-presidente apreendido em operação da Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou uma transferência de R$ 800 mil antes de viajar para os Estados Unidos no final de dezembro de 2022, onde aguardaria os desdobramentos da tentativa de golpe de Estado no Brasil, segundo informações obtidas por meio de uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF). O passaporte do presidente foi apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, realizada em 8 de fevereiro.

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Segundo consta em um documento da investigação, alguns investigados “mantinham a expectativa de que ainda havia a possibilidade de consumação do golpe de Estado” e estavam cientes dos atos ilícitos cometidos.

“Alguns investigados fugiram do país, retirando praticamente todos os seus recursos aplicados em instituições financeiras nacionais e transferindo-os para os EUA, a fim de se resguardarem de eventual persecução penal instaurada para apurar os ilícitos”, aponta o documento.

No caso específico de Bolsonaro, conforme destacado pela PF, foi realizada uma operação de câmbio no dia 27 de dezembro no valor de R$ 800.000,03 para um banco com sede nos EUA, onde o ex-presidente possui uma conta.

A representação da polícia, encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), sugere que nesse montante pode estar incluído o dinheiro proveniente do “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”, como no caso da venda de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro.

“Ao final do mandato, evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência no exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, afirma a PF.

Após a transferência dos R$ 800 mil para os EUA, conforme aponta a quebra de sigilo bancário realizada pela PF, Bolsonaro ficou com um saldo negativo em sua conta poupança no Brasil no valor de R$ 111 mil. Esse valor foi posteriormente coberto por recursos retirados por ele de um fundo de investimentos — o documento da PF não especifica o montante mantido por ele nesse fundo.

A defesa de Jair Bolsonaro não prestou resposta até o momento da última atualização desta reportagem.

Passaporte apreendido Bolsonaro e outros investigados tiveram seus passaportes apreendidos durante a Operação Tempus Veritatis, realizada em 8 de fevereiro.

De acordo com a PF, “o que se constatou é que, diante da não consumação do golpe, diversos investigados passaram a deixar o país sob as mais variadas justificativas (férias ou descanso), como no caso do ex-presidente Bolsonaro e do ex-ministro da Justiça Anderson Torres”.

A decisão determinou que os investigados, por possuírem passaportes oficiais que facilitariam uma eventual saída do país em caso de condenação criminal, deveriam entregar seus passaportes.

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