Após morte de Francisco, cresce expectativa por um papa negro no Vaticano

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Embora inédito na era moderna, papas africanos já lideraram a Igreja na Antiguidade. Dois cardeais do continente são apontados como fortes candidatos.

Com a morte do Papa Francisco, aumentam as expectativas de uma renovação histórica no comando da Igreja Católica: a possibilidade da eleição de um papa negro. O tema movimenta discussões dentro e fora do Vaticano e reforça debates sobre a representatividade étnica na liderança de uma instituição de mais de dois mil anos.

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Papas africanos no passado

Apesar da percepção de novidade, a história registra três papas africanos entre os séculos II e V: Vítor I (189-198), Melquíades (311-314) e Gelásio I (492-496). Todos nasceram no Norte da África, atual região da Tunísia e Argélia.

Contudo, à época, a composição étnica era majoritariamente mestiça, com influências berberes e romanas, o que torna incerta a classificação desses pontífices como negros segundo os conceitos contemporâneos.

Desde então, o papado permaneceu sob domínio europeu, especialmente italiano.

Quem são os cardeais africanos cotados

No cenário atual, dois cardeais africanos despontam como fortes candidatos:

  • Peter Turkson, de Gana, 76 anos, é ex-prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Conhecido por sua atuação em pautas sociais e ambientais, Turkson transita bem entre setores progressistas e tradicionais.

  • Robert Sarah, da Guiné, 79 anos, é reconhecido por seu conservadorismo e defesa de ritos tradicionais, como a missa em latim. Sua forte influência durante o pontificado de Francisco o coloca como figura relevante, embora a idade e o perfil mais rígido sejam vistos como desafios à sua candidatura.

Outros nomes africanos, como Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo) e Stephen Brislin (África do Sul), aparecem como alternativas, mas com menos força entre os analistas.

O que mudaria com um papa negro

A eleição de um papa negro teria forte peso simbólico, destacando a expansão do catolicismo em regiões como a África e a diversidade entre os fiéis.

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Especialistas, no entanto, lembram que a origem étnica não define, por si só, mudanças em temas sensíveis da Igreja. A visão teológica e pastoral de cada cardeal será decisiva para o futuro pontificado.

Um momento histórico

À medida que se aproxima o próximo conclave, a Igreja se vê diante de uma oportunidade rara de reafirmar sua vocação universal.

Seja qual for a escolha, a expectativa é de que o novo papa reflita não apenas os desafios atuais do catolicismo, mas também o mosaico humano que compõe sua base de mais de 1,3 bilhão de fiéis no mundo.

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