Febre de bonecos hiper-realistas leva à apresentação de propostas legislativas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro.
Os bebês reborn, bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos com impressionante nível de detalhe, têm ganhado visibilidade além das redes sociais e do meio colecionador. Recentemente, o tema chegou aos legislativos estadual e municipal, com três projetos de lei tratando do assunto sob diferentes óticas — da saúde mental ao uso de recursos públicos e reconhecimento cultural.
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Em Minas Gerais, o deputado estadual Cristiano Caporezzo (PL) protocolou o Projeto de Lei 3.757/2025, que proíbe o atendimento a bonecas reborn e outros objetos inanimados em unidades públicas de saúde. A proposta prevê multa de até dez vezes o valor do serviço prestado, revertida ao tratamento de pessoas com transtornos mentais. O projeto foi motivado por um caso em que uma mulher procurou atendimento médico alegando que seu boneco estava com febre. Na justificativa, Caporezzo criticou o que chamou de “distopia generalizada” e citou disputas judiciais envolvendo os bonecos.
No Rio de Janeiro, o deputado Rodrigo Amorim (União) apresentou na Alerj o PL 5357/2025, propondo a criação de um programa estadual de saúde mental voltado a pessoas que desenvolvam vínculos emocionais com bebês reborn. O objetivo é prevenir casos de depressão, suicídio e dependência emocional. Amorim reconhece o uso terapêutico das bonecas, principalmente em situações de luto perinatal, mas alerta para os riscos de isolamento social e perda de contato com a realidade.
Na esfera municipal, a Câmara do Rio de Janeiro aprovou em maio o Projeto de Lei 1892/2023, que cria o Dia da Cegonha Reborn, em homenagem às artesãs que produzem os bonecos. A data escolhida foi 4 de setembro e a proposta, de autoria do vereador Vitor Hugo (MDB), aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes.
Feitos à mão por artistas conhecidas como “cegonhas”, os bebês reborn reproduzem com realismo impressionante características como veias, textura da pele, peso e até implantação de cabelos fio a fio. Apesar do uso terapêutico reconhecido, o envolvimento emocional com essas bonecas tem gerado debates sociais e agora passa a ser discutido também no campo legislativo. Até o momento, nenhum projeto sobre o tema foi apresentado no Congresso Nacional.
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