Lula reforça parceria com China e critica guerras comerciais em encontro com Xi Jinping

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Presidente brasileiro anuncia R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil e destaca defesa conjunta do livre comércio e da paz mundial

Durante reunião com o presidente da China, Xi Jinping, nesta terça-feira (13), em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a relação entre Brasil e China “nunca foi tão necessária”. Em seu discurso, Lula defendeu o multilateralismo, criticou as guerras comerciais e destacou a importância da cooperação entre os dois países para enfrentar os desafios globais.

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Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo, baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio”, declarou Lula, citando ainda a necessidade de reformas profundas na ordem internacional.

O encontro marca o terceiro entre Lula e Xi Jinping desde o início do mandato do brasileiro, em 2023, e reforça a aliança estratégica entre os dois países. Xi também condenou as guerras comerciais e afirmou que China e Brasil vão atuar juntos em defesa do livre comércio e do sistema multilateral.

Críticas às guerras e defesa da paz

Lula aproveitou o discurso para reiterar sua oposição aos conflitos armados, como os que ocorrem na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ele defendeu uma solução política para a guerra na Ucrânia e reafirmou que haverá paz duradoura no Oriente Médio com a criação de um Estado palestino viável.

Superar a insensatez dos conflitos armados também é pré-condição para o desenvolvimento”, afirmou Lula. “Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz e direitos humanos consagrados em 1945.”

Investimentos e acordos comerciais

Além das declarações políticas, o encontro resultou na assinatura de 20 protocolos e memorandos em áreas como agricultura, ciência, tecnologia e estratégia aeroespacial. Também foram anunciados R$ 27 bilhões em novos investimentos da China em território brasileiro, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações (ApexBrasil).

Entre os principais investimentos estão:

  • R$ 6 bilhões da montadora GAC para expansão no Brasil;

  • R$ 5 bilhões da plataforma de delivery Meituan, com previsão de gerar até 100 mil empregos indiretos;

  • R$ 3 bilhões da estatal CGN para um hub de energia renovável no Piauí;

  • Até R$ 5 bilhões da Envision para criação do primeiro parque industrial neutro em carbono da América Latina;

  • R$ 3,2 bilhões da rede Mixue, com meta de gerar 25 mil empregos até 2030;

  • R$ 2,4 bilhões da Baiyin Nonferrous com a aquisição de mina de cobre em Alagoas.

A lista inclui ainda investimentos de empresas como DiDi, Longsys e grupos do setor farmacêutico. Também foram firmados acordos para promoção de produtos brasileiros na China, como café, cinema e alimentos.

Fortalecimento do comércio bilateral

A visita também teve como foco a ampliação das exportações brasileiras para a China, principal parceira comercial do país. A ApexBrasil identificou cerca de 400 oportunidades de negócios, especialmente no agronegócio. Um novo escritório para facilitar a exportação de carnes brasileiras foi inaugurado em Pequim.

A comitiva brasileira é composta por 11 ministros, parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e cerca de 200 empresários. Antes de chegar à China, Lula passou pela Rússia, onde se encontrou com Vladimir Putin e defendeu um cessar-fogo na guerra da Ucrânia.

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