Imparcial Podcast expõe detalhes dos conflitos em Gaza e Traz debates sobre a política Brasileira

Conflitos na Faixa de Gaza entre Israel e Hamas, e política nacional; confira a perspectiva dos especialistas em direito penal e internacional, Dr Sérgio Martins e a doutora Hanna Gomes
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Nesta semana, o Imparcial Podcast trouxe à tona uma discussão que vem tomando os noticiários, os intensos conflitos na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas. Além disso, os especialistas em direito penal e internacional, Dr. Sérgio Martins e a Dra. Hanna Gomes, ofereceram análises detalhadas sobre o cenário político nacional.

O podcast explorou a atual situação no Oriente Médio, onde mais de 6 mil vidas foram perdidas devido aos conflitos entre Israel e o Hamas, de acordo com os dados mais recentes. O Ministério da Saúde do Estado da Palestina relatou 4.651 mortes e 14.245 feridos na Faixa de Gaza, enquanto em Israel, 1.400 pessoas perderam a vida, a maioria durante o ataque de 7 de outubro.

O relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 21 de outubro, revelou que mais de 18 mil pessoas foram feridas, com a maioria delas sendo palestinas. Além disso, mais de 1 milhão de pessoas foram forçadas a abandonar suas residências devido ao conflito.

Os ouvintes foram relembrados de que há duas semanas o mundo testemunha a escalada da violência na guerra entre Israel e o Hamas, que teve início com o ataque mais grave já perpetrado pelo grupo Hamas contra os israelenses em 7 de outubro.

A guerra entre Israel e o Hamas tem raízes na disputa por territórios historicamente ocupados por diferentes povos, incluindo hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos. Essa disputa levou a guerras e ocupações intermitentes, resultando em mudanças nas fronteiras ao longo do tempo.

O jornalista Marcos Alexandre também trouxe à tona a importância do contexto religioso no conflito, destacando que há narrativas que evoluem com base no contexto social em que a história é contada e analisada. Além disso, discutiu-se a ideologia geopolítica que desempenha um papel significativo no conflito.“Eu diria que há até mesmo um terceiro viés, que é o viés ideológico, o viés de vida e a consciência geopolítica, que adicionam três perspectivas a essa guerra específica. São elas: o contexto religioso, que envolve narrativas em constante evolução, moldadas pelas interpretações baseadas no contexto social em que a história é contada e analisada, e o ideal político. No caso do Hamas, por exemplo, ele não representa um estado, mas sim uma união de pessoas com uma ideologia geopolítica”, explicou a Dra. Hanna Gomes.

A Dra. Hanna Gomes esclareceu a complexidade da situação, observando que o Hamas, embora se autodenomine islâmico com base na religião de seus membros, não é reconhecido como tal pelos líderes religiosos. O Hamas é sediado na Faixa de Gaza e é considerado um representante do povo palestino, embora nem todos os palestinos o reconheçam como tal. Hoje, o Hamas é uma organização militar armada, sem o apoio oficial do governo palestino que representa.

Marcos questionou o que exatamente o Hamas deseja alcançar com seus esforços, e o Dr. Sérgio Martins explicou que o conflito tem raízes profundas, incluindo a ideia de unidade muçulmana e a fragmentação do Império Romano. “A ideia de uma unidade muçulmana, a fragmentação do Império Romano, está na raiz desse conflito. No Islã, como religião, existe a ideia de comunidade, portanto, essa noção não pode ser exagerada a ponto de considerar que a homogeneidade no mundo é árabe. Há um movimento do século 20 que busca uma narrativa extrema de bem contra o mal. Parece que o Hamas começou como um partido político. Pessoalmente, não gosto de considerá-lo apenas como um partido político com um braço armado. Durante um tempo, o braço armado prevaleceu, especialmente na última semana. Agora, parece que o que o Hamas deseja é tentar centralizar o conflito Israel-Palestina na geopolítica regional, especialmente porque a causa palestina, tal como o Hamas a defende, foi grandemente afetada após os chamados Acordos de Abraão em 2020, durante o governo Trump.”, completou Sérgio.

A discussão também abordou a preocupação do estado palestino em relação ao Hamas, considerando questões territoriais e geopolíticas em um cenário complexo.

A Dra. Hanna Gomes destacou a importância de se respeitar princípios e normas mesmo em tempos de guerra, observando que a ONU foi criada para promover a paz e regular situações de conflito.

Cenário Político Nacional

Além dos conflitos na Faixa de Gaza, o podcast também abordou a situação política no Brasil. Houve menções a supostos excessos interpretativos e uma discussão sobre a democracia e o papel do Supremo Tribunal Federal (STF).

Marcos Alexandre expressou sua preocupação com o que ele percebe como uma guerra ideológica no país e a falta de confiança em relação ao STF. A Dra. Hanna Gomes reafirmou sua crença no ideal de um estado democrático de direito.

O Dr. Sérgio Martins destacou problemas na legislação penal e o atraso na inclusão da defesa no processo criminal. Ele enfatizou a importância de reconhecer o direito à defesa. Minhas críticas em relação à legislação penal não se limitam ao STF. Atualmente, a defesa no processo criminal é tardia: o juiz recebe a denúncia, e o processo se inicia, só então a defesa é convocada”, afirmou Sérgio. “A defesa é um direito, e o STF deve reconhecê-lo também”, acrescentou Sérgio. A Dra. Hanna enfatizou a necessidade de evitar que o direito seja influenciado por paixões.

Confira esse debate completo no youtube;

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