Hugo Motta nega traição ao Planalto e justifica derrubada do aumento do IOF

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Presidente da Câmara nega deslealdade com o Planalto e afirma que alertou sobre dificuldade de aprovação; medida representa reação do Congresso aos sucessivos aumentos de impostos

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou a se posicionar publicamente nesta segunda-feira (30) sobre a derrubada dos decretos do governo federal que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Segundo o parlamentar, a decisão do Congresso refletiu a insatisfação com a elevação de tributos e foi comunicada previamente ao governo.

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Em vídeo publicado nas redes sociais, Motta respondeu às críticas de que teria “traído” o Palácio do Planalto por não avisar com antecedência a inclusão da pauta na agenda de votações. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento”, declarou.

Na mesma publicação, o presidente da Câmara reiterou que não age em benefício de interesses partidários. “Presidente de qualquer Poder não pode servir a um partido, tem que servir ao seu país”, disse.

A proposta que anulou os três decretos foi colocada em votação de forma inesperada no fim do dia 24 de junho. O anúncio feito por Motta nas redes sociais surpreendeu o governo, que tentou, sem sucesso, barrar a derrota no Congresso. No dia seguinte, Câmara e Senado aprovaram a medida em uma articulação rápida, marcando uma das maiores derrotas do governo Lula no Legislativo.

Na Câmara, foram 383 votos pela derrubada dos decretos e apenas 98 contra. O número chamou atenção pelo fato de que 242 votos vieram de partidos com ministros no governo. No Senado, a votação foi simbólica, sem registro nominal.

Motta também criticou a polarização política no país e o discurso de confronto. “Quem alimenta o nós contra eles, acaba governando contra todos. A polarização política do Brasil tem cansado muita gente e, agora, querem criar a polarização social”, afirmou.

Além disso, o deputado ressaltou que o Congresso não tem se limitado a barrar medidas, mas também tem aprovado propostas importantes para o país. “Se uma ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder. Mas, se essa ideia for boa, eu vou assoprar”, concluiu.

Nos bastidores, a reação da Câmara também estaria ligada a pressões de empresários e ao descontentamento com a condução econômica do governo, além de entraves relacionados à liberação de emendas parlamentares e tensão com o STF.

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