Base aliada de Lula vota em peso contra aumento do IOF e expõe desgaste do governo na Câmara

25-06
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Partidos com ministérios deram maioria dos votos para derrubar decretos; medida agora segue para o Senado

A base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados sofreu um forte abalo nesta quarta-feira (25), ao votar majoritariamente contra dois decretos do governo que aumentam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A proposta de derrubada dos decretos foi aprovada por 383 votos a 98, e agora segue para o Senado.

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Dos 11 partidos que têm ministérios no governo Lula, 242 deputados votaram a favor da revogação dos aumentos no IOF — o equivalente a 63,2% dos votos dessas siglas. Apenas PSOL, PCdoB e Rede deram votos pela manutenção dos decretos, ao lado da bancada do PT.

Entre os destaques, o PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, registrou 9 votos contra o governo e apenas 3 a favor. Já os partidos Republicanos, União Brasil e PP — todos com ministérios — votaram em bloco contra os decretos, sinalizando distanciamento do Palácio do Planalto.

Divisão entre aliados

Veja como votaram os partidos com ministros no governo:

  • MDB: 41 a favor da derrubada, 2 contra

  • PDT: 16 a favor, nenhum contra

  • PP: 48 a favor, nenhum contra

  • PSB: 9 a favor, 3 contra

  • PSD: 27 a favor, 1 contra

  • Republicanos: 42 a favor, nenhum contra

  • União Brasil: 58 a favor, nenhum contra

  • PT: 65 contra a derrubada, com exceção de Rui Falcão, que votou “sim” por engano

  • PCdoB, PSOL e Rede: votos integralmente contra a revogação

O resultado acendeu o alerta no governo, que já vinha enfrentando desgaste com a base por conta da demora na liberação de emendas parlamentares e pela condução da política econômica por parte do ministro Fernando Haddad.

Votação surpresa e reação do Planalto

A proposta de revogar os decretos foi incluída de forma inesperada na pauta da Câmara ainda na noite de terça-feira (24). A escolha de um oposicionista, o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), para relatar a matéria, foi vista como uma provocação.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi alvo de críticas de lideranças governistas, que alegaram não ter sido informadas previamente sobre a inclusão do tema na pauta. Motta, por sua vez, disse que a votação reflete o descontentamento do Congresso com aumentos de impostos e com a falta de diálogo do governo com os parlamentares.

Agora, a proposta de revogação dos decretos que aumentam o IOF em operações de crédito e câmbio segue para análise do Senado. Se confirmada, será uma derrota direta para o Ministério da Fazenda e para o Palácio do Planalto.

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