Israel revela gravação de supostos membros do Hamas discutindo explosão em hospital; tensões no Oriente Médio persistem
Nesta quarta-feira, 18 de outubro, o governo de Israel tornou público um áudio em que supostos membros do grupo terrorista Hamas discutem a explosão que resultou na morte de centenas de pessoas em um hospital da Faixa de Gaza. Na gravação, um dos indivíduos sugere que o artefato explosivo foi lançado pela facção Jihad Islâmico.
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O material foi divulgado pelo Consulado-Geral de Israel, que, entretanto, não esclareceu a origem ou os detalhes sobre como o diálogo foi obtido. Os supostos terroristas conversam em árabe, sendo identificados nas legendas como “Operacional Hamas #1” e “Operacional Hamas #2”.
Na gravação, um dos homens comenta: “Estou dizendo que esta é a primeira vez que vemos um míssil como este cair. Por isso estão dizendo que pertence à Jihad Islâmica palestina”. O outro homem no áudio questiona: “E o míssil era nosso?” ao que o primeiro responde: “Parece que sim”.
A explosão que ocorreu no hospital da Cidade de Gaza, a mais populosa na Faixa de Gaza, resultou na morte de aproximadamente 500 pessoas na terça-feira, 17 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde local. Membros do ministério alegam que Israel direcionou o ataque ao hospital, que estava lotado de pacientes e civis em busca de abrigo.
As forças israelenses negam qualquer envolvimento no incidente. Segundo o Ministério da Defesa de Israel, um dos artefatos disparados pelo Jihad Islâmico caiu antes de atingir seu alvo no território vizinho. No entanto, a organização terrorista contesta essa afirmação.
O áudio divulgado é acompanhado de um texto do consulado israelense que descreve o incidente como “a mentira” e apresenta evidências cuidadosamente apuradas para expor “a verdade” por trás da explosão.
De acordo com o texto, durante os 11 dias de guerra, mais de 450 foguetes lançados por organizações terroristas contra Israel falharam, caindo em território palestino e causando danos a civis e infraestrutura local. “Nos últimos 11 dias, 7.114 foguetes foram lançados contra Israel, dos quais entre 5% e 8% falharam”, afirma o documento. “Ontem, testemunhamos uma dessas falhas”, acrescenta.
O consulado israelense ainda destaca que os lançamentos foram registrados por câmeras e dispositivos de monitoramento, mostrando que o míssil deveria atingir Israel. Na gravação, um dos homens menciona que os artefatos foram disparados de um cemitério próximo ao hospital.
O incidente resultou em protestos e teve impacto regional, levando ao cancelamento de uma reunião planejada na Jordânia para aliviar as tensões na região. Essa reunião incluiria líderes do Egito, Estados Unidos e Autoridade Palestina. O Ministério das Relações Exteriores da Jordânia afirmou que seria inútil discutir assuntos que não contribuíssem para o término do conflito.
Antes da explosão no hospital, as autoridades de saúde em Gaza relataram que pelo menos 3.000 pessoas haviam perdido a vida durante os 11 dias de bombardeios conduzidos por Israel. Esse período de conflito começou após um ataque do Hamas em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.400 pessoas em território israelense e na detenção de cerca de 200 pessoas levadas como reféns para Gaza.
Durante a ofensiva contra o território israelense, o Hamas teria adotado uma estratégia de baixa tecnologia para evitar a capacidade de Israel de interceptar suas comunicações eletrônicas, conforme informaram agentes de inteligência.
LEIA A TRANSCRIÇÃO DO ÁUDIO DIVULGADO POR ISRAEL
Hamas 2: Estou dizendo que esta é a primeira vez que vemos um míssil como este cair. Por isso estão dizendo que pertence à Jihad Islâmica palestina.
Hamas 1: O quê?
Hamas 2: Estão dizendo que pertence à Jihad Islâmica palestina.
Hamas 1: E era nosso?
Hamas 2: Parece que sim.
Hamas 1: Quem disse isso?
Hamas 2: Estão dizendo que o espigão do míssil é um espigão local, não como os do lado de Israel.
Hamas 1: O que está dizendo?
Hamas 2: Mas, pelo amor de Deus, não poderia ter encontrado outro lugar para explodir?
Hamas 1: Não importa. Sim, eles dispararam do cemitério atrás do hospital.
Hamas 2: O quê?
Hamas 1: Eles dispararam do cemitério que fica atrás do hospital Al-Maamadani e, por erro de ignição, caiu sobre eles.
Hamas 2: Mas há um cemitério atrás do hospital?
Hamas 1: Sim! O hospital Al-Maamadani fica no complexo.
Hamas 2: Onde fica quando se entra no complexo?
Hamas 1: Primeiro entra-se no complexo e não se vai em direção à cidade. Fica do lado direito do hospital Al-Maamadani .
Hamas 2: Ah, sim, eu conheço.
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