Irã admite danos graves em usinas nucleares após ataques dos EUA e Israel

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Teerã suspende cooperação com AIEA e aumenta tensão sobre real extensão dos estragos; versões entre países divergem

O governo do Irã reconheceu nesta quarta-feira (25) que suas instalações nucleares sofreram danos significativos durante os ataques aéreos realizados pelos Estados Unidos no último fim de semana. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, em entrevista à emissora “Al Jazeera”.

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“Nossas instalações nucleares foram gravemente danificadas, isso é certo, porque foram alvo de ataques repetidos por agressores israelenses e americanos”, afirmou Baghaei. Apesar disso, ele evitou entrar em detalhes sobre quais locais foram atingidos e se houve vazamento de material radioativo, alegando que o assunto está sendo tratado por agências especializadas do país.

Os bombardeios americanos atingiram três locais estratégicos: Fordow, Natanz e Isfahan, principais centros do programa nuclear iraniano. Como retaliação, Teerã lançou mísseis contra uma base militar dos Estados Unidos no Catar, o que agravou o conflito antes do acordo de cessar-fogo, firmado na madrugada de terça-feira (24).

Divergência sobre os danos

Desde então, as potências envolvidas têm apresentado versões conflitantes sobre o impacto dos ataques. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que as instalações foram “completamente destruídas” e que o programa nuclear iraniano foi atrasado em “décadas”. Já um relatório do Pentágono contradiz a declaração de Trump, apontando que o programa foi retardado por apenas alguns meses.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também afirmou que o Irã teve seus programas nuclear e de mísseis “destruídos”, enquanto o Exército israelense declarou que os ataques podem ter atrasado o programa iraniano por “anos” — mas admitiu que ainda é cedo para mensurar os danos reais.

Especialistas internacionais reforçam que a real extensão dos danos ainda não pode ser determinada. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que confirmou que várias instalações foram atingidas, declarou que a análise técnica sobre o estado do programa nuclear iraniano é atualmente sua “prioridade número 1”.

Crise com a AIEA

Em meio ao impasse, o Irã anunciou a suspensão da cooperação com a AIEA, acusando o órgão de agir com parcialidade a favor de Israel e de não tomar uma posição mais firme diante dos bombardeios. Apesar disso, o país garantiu que continua comprometido com o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

A tensão no Oriente Médio permanece alta, mesmo após o cessar-fogo de 12 dias entre Israel e Irã. Embora os ataques aéreos tenham cessado, o clima é de desconfiança e trocas constantes de acusações. Ambos os países declararam vitória após o fim da ofensiva.

Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com cautela os desdobramentos e pressiona por mais transparência sobre os danos ao programa nuclear iraniano.

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