Reforço nas aulas semanais de matemática e português, aprimoramento de ensino de filosofia, integração da rede pública e repasse de recursos públicos para que a própria unidade administre suas demandas ajudaram Goiás a assumir primeira colocação no país
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de Goiás tornou-se motivo de inveja para muitos estados e políticos: em setembro, as escolas goianas atingiram a maior nota do Ideb na avaliação do ensino médio, em todo o Brasil, com 4,8.
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E Goiás, pela primeira vez, brilhou sozinho: tornou-se a única unidade a bater a meta individual estipulada para 2019. Os dados levaram em conta a matrícula de 7,5 milhões alunos em 28,8 mil escolas de todo o país.
Entender como Goiás abandonou uma era de educação feita com improvisos e insatisfações é o desafio dos pesquisadores em educação.
O Estado que foi palco de protestos de alunos secundaristas recentemente tem agora que explicar como conquistou o status de “melhor educação pública do país”. Até ser o Estado isolado em qualidade de educação, ao bater a meta estipulada pelo Governo Federal, Goiás era uma vergonha: espremia alunos em quatro turnos nas escolas estaduais e vendia a imagem de que todos os alunos estavam conectados, pois “todos” teriam recebido tablets e notebooks.
Ao dar adeus para esta realidade, a nova equipe de educadores buscou novidades. E uma delas foi a introdução de mais aulas de matemática e português na grade curricular.
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O governador Ronaldo Caiado (DEM) elenca outras ações que ajudou Goiás a liderar a educação do país: maior acompanhamento pedagógico dos alunos, fortalecimento das escolas em tempo integral, integração da rede pública, recursos públicos para que a própria unidade administre e parcerias com a iniciativa privada. Caiado afirma que parcerias têm dado certo, como o programa “Jovem de Futuro” e “Circuito de Gestão”.
O governador afirma que o engajamento dos professores e da secretária Fátima Gavioli, bem como de sua equipe, surpreendeu: “Um dos principais fatores para alavancarmos o ensino médio goiano está relacionado ao engajamento e envolvimento dos professores, que não mediram esforços para que seus alunos pudessem aprender de forma significativa. Reconhecemos o comprometimento dos demais profissionais da educação. Todos foram essenciais nesse processo”.
Outro fator citado por técnicos da Secretaria de Educação (Seduc) que ajudou a Goiás dar um salto foi o robusto investimento na área, principalmente para melhorar o ambiente escolar. Ao assumir, Caiado pegou da gestão anterior escolas em frangalhos, principalmente as mais históricas.
Conforme a gestão, nenhuma escola da rede pública estadual, composta por 1.029 unidades educacionais, deixou de receber recursos para reformas e ampliações, aquisição de equipamentos para laboratórios de ciências e informática, substituição de mobiliário, construção de quadras poliesportivas cobertas e refeitórios, entre outras iniciativas.
INVESTIMENTOS
Fátima Gavioli diz que o Ideb é fruto de um crescendo de ações. E a primeira delas ocorreu quando uma das primeiras missões dadas por Caiado (DEM) foi “garantir que todas as escolas estaduais recebam melhoria na infraestrutura”.
Os investimentos passaram dos R$ 114 milhões e beneficiaram 530 mil alunos. Apenas em 2020, Goiás destinou R$ 85 milhões para reformas médias e ampliações. Atendeu 221 unidades através do Programa Dinheiro Direto na Escola (PPDE).
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“Mais do que zelar pela estrutura física da rede de ensino, o Governo de Goiás tem se preocupado em garantir igualdade entre os alunos no ambiente escolar. Por isso, este ano distribuiu 1 milhão de conjuntos de uniformes escolares, que foram adquiridos a R$ 25,6 milhões”, diz.
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