P. Diddy é condenado por transporte para fins de prostituição, mas absolvido da acusação de tráfico sexual

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Júri rejeita crimes mais graves, mas rapper pode pegar até 20 anos de prisão por violações à Lei Mann

O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi condenado por duas infrações à Lei Mann, que pune o transporte de pessoas para fins de prostituição, mas foi absolvido da acusação mais grave que enfrentava: tráfico sexual. O veredito foi anunciado no terceiro dia de deliberação do júri, composto por oito homens e quatro mulheres, após cerca de 13 horas de discussão.

Combs também foi inocentado das acusações de tráfico sexual mediante força, fraude ou coerção, além de conspiração para extorsão. Apesar da condenação representar uma derrota judicial, a absolvição dos crimes mais graves foi considerada uma vitória parcial para o artista, que poderia ter sido condenado à prisão perpétua. Agora, ele pode pegar até 20 anos de prisão — 10 anos para cada infração da Lei Mann.

Durante a leitura da decisão, Combs se emocionou, fez um gesto de oração para os jurados, abraçou seus advogados e se ajoelhou diante da família. “Estarei em casa em breve. Eu te amo, mãe”, declarou. Familiares e defensores aplaudiram o artista ao deixarem o tribunal. A promotoria já sinalizou que pedirá a pena máxima.

Preso desde setembro de 2024, Combs ainda aguarda a decisão do juiz distrital Arun Subramanian sobre a possibilidade de responder em liberdade até a sentença final.

Sete semanas de julgamento

O julgamento durou sete semanas. A promotoria apresentou quase 30 testemunhas para sustentar que o réu abusava de sua posição de poder para explorar mulheres em dinâmicas sexuais coercitivas. A promotora Christy Slavik classificou P. Diddy como líder de uma rede criminosa que usava sua influência, fortuna e força física para submeter mulheres ao longo de duas décadas.

A defesa não convocou testemunhas e optou por não levar Combs ao banco dos réus. O advogado Marc Agnifilo argumentou que os relacionamentos eram consensuais, que o estilo de vida do réu não era ilegal, e que as gravações apresentadas como provas eram “pornografia caseira consentida”.

Depoimentos marcantes

Entre os depoimentos mais impactantes, está o da cantora Cassie, ex-namorada do réu. Ela relatou um relacionamento abusivo de 11 anos, com episódios de violência, coerção e encontros sexuais forçados. Um vídeo de 2016, apresentado no tribunal, mostra Combs agredindo Cassie em um hotel.

Outra ex-parceira, identificada apenas como “Jane”, também relatou agressões físicas e episódios de violência extrema. O rapper Kid Cudi testemunhou que Combs teria incendiado seu carro ao descobrir um relacionamento com Cassie, o que o acusado nega.

Queda de um império

Ícone do hip-hop desde os anos 1990, Sean Combs construiu uma carreira de sucesso como produtor musical e empresário, com empreendimentos como a gravadora Bad Boy Records, a marca Sean John e a vodca Ciroc. Absolvido em 2001 de porte ilegal de arma e tentativa de suborno, sua imagem começou a ruir em novembro de 2023, após Cassie mover um processo por abuso sexual e físico. A ação foi encerrada com um acordo de US$ 20 milhões no dia seguinte, mas deu início a uma onda de novas denúncias — de mulheres e também de homens — ainda em fase de apuração.

Agora, Combs enfrenta a possibilidade de uma longa pena de prisão, enquanto sua reputação segue em queda livre.

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