Em entrevista exclusiva ao Imparcial, Anderson Silva fala sobre sua trajetória, faz duras criticas ao sistema religioso, expõe a crise na Machonaria e anuncia pré-candidatura focada em causas sociais e no autismo.
Em uma entrevista intensa, descontraída e repleta de provocações no programa Imparcial comandado pelo jornalista Marcos Alexandre, Anderson Silva revelou detalhes inéditos sobre sua trajetória de superação, suas críticas à estrutura religiosa atual, seus embates políticos e os bastidores da crise que abalou o movimento Machonaria.
Da infância difícil ao homem de paz
Com honestidade crua, Anderson relembrou uma infância marcada pela ausência paterna, pela fome e pelo trabalho precoce. Aos oito anos, já sustentava a mãe e, em um dos relatos mais impactantes da entrevista, revelou que precisou roubar comida para não vê-la morrer de fome.
“Aquele roubo me salvou. Roubei para sobreviver”, contou, emocionado.
Mesmo com uma aparência marcante e opiniões firmes, Anderson garantiu ao jornalista Marcos Alexandre que hoje busca viver em paz e longe de conflitos desnecessários. “Eu aprendi que não vale a pena brigar. A vida já foi dura o suficiente.”
Críticas duras à religião: “Viramos clubes sociais”
Anderson não poupou críticas ao cenário evangélico atual. Segundo ele, as igrejas perderam a conexão com a Bíblia e estão cada vez mais fragmentadas: “Existem cerca de 33 mil denominações protestantes no mundo. Estamos divididos, enquanto a Igreja Católica mantém sua unidade.”
Ele também lamentou a superficialidade dos cultos:
“Hoje, ninguém leva mais Bíblia para a igreja. Só seguem o que está no telão.”
Apesar das críticas, Anderson reforçou que a fé deve unir e não excluir: “Mesmo com doutrinas diferentes, somos todos irmãos. Ninguém pode ser expulso da família de Deus.”
Política sem idolatria e diálogo sem fronteiras
Conservador, mas avesso ao radicalismo, Anderson surpreendeu ao revelar a Marcos Alexandre que mantém diálogo aberto com políticos de direita e esquerda:
“Eu sento com todo mundo. O foco deve ser o bem comum, não bandeiras partidárias.”
Com projetos sociais sólidos e votos expressivos na última eleição (9.067 votos em 2022), Anderson anunciou que vai disputar uma vaga como deputado distrital em 2026, com prioridade absoluta nas causas sociais, especialmente na defesa da comunidade autista.
“Meu compromisso é com quem precisa, não com partidos.”
O embate dentro da Machonaria: crise, dívidas e renúncia em massa
Fundador da Machonaria, um movimento que visava formar homens fortes e equilibrados, Anderson enfrentou uma crise interna quando mais da metade dos líderes regionais abandonaram o projeto, acusando-o de não pagar dívidas e de má gestão.
Com serenidade, Anderson reconheceu as dificuldades financeiras, mas reforçou:
“Sempre tivemos dívidas porque nunca fizemos por lucro. Quem queria controle financeiro sem assumir a responsabilidade acabou saindo.”
Mesmo após a debandada, Anderson disse ao jornalista Marcos Alexandre que o projeto seguiu mais leve e que novas portas se abriram. “A crise foi um filtro. Continuamos caminhando com quem entendeu que servir exige sacrifício.”
Compromisso com a causa autista e com a família
Pai de crianças autistas, Anderson luta para desconstruir preconceitos dentro e fora das igrejas. Critica quem espiritualiza o autismo e alerta para o descaso das políticas públicas:
“O problema não é falta de leis, é a falta de execução.”
Seu projeto social, agora chamado Instituto Família Silva, tem como missão devolver dignidade e criar espaços de inclusão emocional para autistas, como eventos simples de aniversário que, segundo ele, “transformam realidades invisíveis.”
A voz que incomoda, mas que também acolhe
Entre polêmicas, coragem e vulnerabilidades, Anderson Silva se consolida como uma figura que provoca debates essenciais no meio cristão, político e social. Sem medo de desagradar, mas com firmeza no propósito de servir, ele segue construindo pontes onde muitos ainda erguem muros — e tudo isso foi explorado em detalhes na entrevista conduzida por Marcos Alexandre, que não fugiu das perguntas mais delicadas e proporcionou um espaço aberto para que a verdade fosse exposta.
Assista a entrevista na integra
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