portal imparcial

PF revela investigação sobre tentativa de vincular ministros do STF ao PCC por setor da Abin

abin-5455
COMPARTILHAR:

Ação ilícita envolvendo Agência Brasileira de Inteligência visa associar membros do Supremo Tribunal Federal à organização criminosa PCC, conforme apuração da Polícia Federal

A Polícia Federal revelou que um dos setores da atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tentou vincular deputados federais e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação está contida na decisão do ministro Alexandre de Moraes, que ordenou buscas e apreensões em endereços relacionados ao deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Veja também
Suspeitos de financiar tentativa de golpe são alvos da Operação Lesa Pátria

Na decisão, Moraes destaca que a Polícia Federal indicou que a alta cúpula da Abin teria sido utilizada “para propósitos ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político”. A liderança do órgão era composta por policiais federais cedidos durante a gestão de Ramagem.

A operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira executou buscas em endereços no Distrito Federal, Minas Gerais e Rio de Janeiro, incluindo o gabinete do deputado federal.

A PF também suspendeu as atividades de sete policiais federais. As ações de hoje fazem parte das investigações da Operação Última Milha, iniciada em outubro de 2023.

A investigação revelou que os envolvidos estabeleceram uma estrutura paralela dentro da agência. “[O grupo] utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”, explicou a PF.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas seguintes cidades:

  • Brasília (DF) – 18 mandados;
  • Juiz de Fora (MG) – 1 mandado;
  • São João Del Rei (MG) – 1 mandado;
  • Rio de Janeiro (RJ) – 1 mandado.

Se os crimes forem comprovados, os suspeitos podem enfrentar acusações de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

Operação Última Milha Em 2023, a PF descobriu indícios do uso de mais ferramentas de espionagem ilegal por servidores da Abin — incluindo um programa de invasão de computadores que possibilitava acesso a todo o conteúdo privado dos alvos. Os softwares foram encontrados nos equipamentos apreendidos durante as buscas. As informações foram repassadas à RECORD por uma fonte da corporação.

A suspeita é que os investigados utilizavam “técnicas que só são permitidas mediante prévia autorização judicial”.

Em 20 de outubro do ano passado, a PF revelou que um sistema de geolocalização da Abin para dispositivos móveis, como celulares e tablets, teria sido usado em monitoramentos ilegais por servidores mais de 30 mil vezes em dois anos e meio. Entre os alvos da espionagem irregular estariam ministros do STF, jornalistas, políticos e opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A PF também cumpriu 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em São Paulo, em Santa Catarina, no Paraná e em Goiás. Os agentes encontraram mais de US$ 171 mil em espécie na casa de um dos suspeitos, em Brasília. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o afastamento de outros cinco funcionários da Abin.

Mais notícias dessa categoria acesse  Imparcial Brasil

 

OUTRAS NOTÍCIAS