Cinco presos em operação autorizada pelo STF; grupo conhecido como “Comando C4” atuava com assassinatos sob encomenda, venda de sentenças e uso de drones, armas e disfarces
A Polícia Federal revelou a existência de uma organização criminosa empresarial envolvida em espionagem, assassinatos sob encomenda e venda de sentenças judiciais, após investigação sobre a morte do advogado Roberto Zampieri em Cuiabá (MT), em 2023. A ação, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, resultou na prisão de cinco suspeitos em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.
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O grupo, que se autodenominava “Comando C4” — ou “Comando de Caça Comunistas, Corruptos e Criminosos” — contava com participação de militares ativos e da reserva. Segundo a PF, a organização mantinha tabelas com preços para assassinatos, que variavam conforme a função da vítima: R$ 50 mil para “figuras normais”, R$ 100 mil para deputados, R$ 150 mil para senadores e R$ 250 mil para ministros e membros do judiciário.
Além disso, o esquema previa a locação de imóveis e o uso de garotas e garotos de programa como iscas, além de disfarces com perucas e bigodes e o acionamento de drones em operações. Foram listados ainda armamentos pesados, como fuzis com silenciadores, pistolas, lança-rojão, minas magnéticas e explosivos com detonação remota, além de veículos usados para o transporte e placas frias. Parte desse material foi apreendida em Minas Gerais.
Os presos são: Aníbal Manoel Laurindo (produtor rural e suposto mandante), coronel Luiz Cacadini (suposto financiador), Antônio Gomes da Silva (suposto atirador), Hedilerson Barbosa (intermediador e dono da arma usada no assassinato) e Gilberto Louzada da Silva. Segundo as investigações, Aníbal teria ordenado o assassinato por conta de uma disputa judicial envolvendo terras avaliadas em mais de R$ 100 milhões.
Além das prisões, foram decretados monitoramento eletrônico, mandados de busca e apreensão, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato entre os investigados e entrega dos passaportes, como parte das medidas cautelares autorizadas pelo STF.
A investigação também revelou suspeitas de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, com possíveis ramificações no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Com informações do G1