Funcionária processa empresa após ter licença negada por cuidar de bebê reborn

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Recepcionista de Salvador afirma ter sofrido assédio e cobra indenização por vínculo afetivo com boneco; caso levanta debate sobre maternidade emocional

Uma recepcionista de Salvador entrou com uma ação na Justiça do Trabalho contra a empresa onde atua após ter seu pedido de licença-maternidade negado. O motivo alegado pela empresa foi de que ela não seria “mãe de verdade”, já que cuida de um bebê reborn — boneco hiper-realista que simula um recém-nascido.

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Na ação protocolada no dia 27 de maio, a funcionária afirma ter desenvolvido um vínculo materno profundo com a filha reborn. Ela relata ter sido alvo de zombarias e assédio moral por parte de colegas e da própria empresa, que, segundo a ação, chegou a afirmar que ela “precisava de psiquiatra, não de benefício”.

A recepcionista pede uma indenização de R$ 10 mil por danos morais, além do pagamento de salário-família e outras verbas indenizatórias. A defesa argumenta que a negativa da licença representa uma visão ultrapassada que reduz a mulher à função reprodutiva, desconsiderando estudos em psicologia e neurociência que reconhecem vínculos afetivos não convencionais como legítimos.

O caso vem à tona em meio à crescente visibilidade do movimento “mães reborn”, formado por pessoas que cuidam desses bonecos com afeto e dedicação. Nas redes sociais, é comum ver vídeos de mulheres trocando roupas, alimentando e até passeando com os bebês reborn. Parlamentares têm, inclusive, discutido projetos para incluir esse público em programas de acolhimento psicossocial no SUS.

Mesmo diante do constrangimento, a recepcionista permaneceu no emprego, embora sob forte sofrimento emocional. Seu nome não foi divulgado para preservar sua identidade. O processo segue em tramitação.

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