Parentes acionaram a Justiça Federal com apoio da Defensoria Pública para esclarecer dúvidas sobre a morte; repatriação do corpo enfrenta dificuldades
A família da publicitária Juliana Marins, que morreu após cair de uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, entrou com um pedido na Justiça Federal para a realização de uma nova autópsia no Brasil. A solicitação foi feita com o apoio da Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro e do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), vinculado à Prefeitura de Niterói.
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Segundo a irmã da vítima, Mariana Marins, o objetivo é esclarecer completamente as circunstâncias da morte de Juliana, que caiu de uma altura de aproximadamente 300 metros durante a trilha. A família aguarda uma decisão judicial nas próximas horas.
“Queremos uma nova autópsia para entender melhor o que aconteceu com Juliana. Infelizmente, convivemos com descaso do início ao fim desde o acidente. Nosso objetivo é apenas entender se tem algo que passou batido ou foi mal interpretado na primeira autópsia”, disse Mariana.
A Defensoria Pública da União confirmou o envio do pedido durante o plantão judicial de domingo (29). O documento será analisado pelo juízo responsável pelo caso. A instituição informou que segue acompanhando o processo.
A família também relatou dificuldades para confirmar o voo de repatriação do corpo. Segundo os parentes, houve resistência por parte da companhia aérea responsável pelo transporte, o que atrasou a devolução dos restos mortais ao Brasil.
Juliana, natural de Niterói (RJ), estava viajando pela Ásia desde fevereiro e já havia passado por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã. Ela faleceu na sexta-feira (20), e o resgate do corpo levou quase quatro dias devido às condições adversas no vulcão — entre elas, neblina densa, terreno escorregadio e dificuldade de acesso.
A autópsia feita na Indonésia apontou como causa da morte um traumatismo por força contundente, decorrente da queda. O laudo aguarda ainda a conclusão dos exames toxicológicos, embora não haja suspeita de envenenamento ou uso de substâncias.
A Prefeitura de Niterói custeou cerca de R$ 55 mil para a repatriação do corpo e os trâmites funerários no Brasil, incluindo o sepultamento na cidade natal da publicitária. Como homenagem, o Mirante e a Praia do Sossego, em Camboinhas, receberão o nome de Juliana Marins, local que ela frequentava com carinho.
A tragédia também trouxe à tona falhas nas trilhas do Monte Rinjani, que, desde 2020, já registrou oito mortes e cerca de 180 acidentes. A ausência de sinalização adequada, a lentidão nos resgates e a precariedade dos equipamentos disponíveis são apontadas como fatores de risco constantes no local.
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