Desmatamento cai em todos os biomas do Brasil em 2024, mas Cerrado lidera perdas de vegetação nativa

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Segundo novo relatório do MapBiomas, país reduziu área desmatada em 32,4%, mas Cerrado e Amazônia ainda concentram quase 83% da devastação ambiental

O desmatamento caiu em todos os biomas brasileiros em 2024, de acordo com o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) divulgado nesta quinta-feira (15) pela rede MapBiomas. Apesar da queda geral de 32,4% em comparação com 2023, o cenário segue preocupante em regiões como o Cerrado e a Amazônia Legal.

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Com mais de 652 mil hectares desmatados, o Cerrado foi o bioma mais devastado no período. A maior parte da destruição se concentrou nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — a região conhecida como Matopiba — que sozinha respondeu por 75% do desmatamento no Cerrado e 42% da perda de vegetação nativa em todo o país.

Mesmo com uma redução de 34,3% no desmatamento, o Maranhão liderou a devastação em 2024, com mais de 218 mil hectares de vegetação perdidos.

A Amazônia Legal, apesar de apresentar o menor índice de desmatamento desde 2019, segue como a segunda região mais atingida, com mais de 377 mil hectares desmatados. O Acre registrou um aumento de 30% na área desmatada em relação à sua média anterior, e o estado do Pará, que sediará a COP30 em novembro, acumula cerca de 2 milhões de hectares de vegetação perdida desde 2019.

No bioma da Caatinga, o Piauí registrou o maior alerta individual de desmatamento dos últimos seis anos, com um único imóvel rural devastando 13.628 hectares em apenas três meses. Os municípios de Canto do Buriti, Jerumenha, Currais e Sebastião Leal lideraram os alertas.

O relatório também mostra que mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil entre 2019 e 2024 foi causada pela agropecuária. o garimpo, por exemplo, concentrou 99% de sua devastação na Amazônia.

Outros biomas apresentaram menor impacto, como o Pantanal (1,9%), a Mata Atlântica (1,1%) e o Pampa (0,1%). Mesmo assim, especialistas alertam que alcançar o desmatamento zero até 2030, promessa de campanha do presidente Lula, ainda será um grande desafio.

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