Ação americana apoiada por Israel destrói alvos nucleares; Irã promete retaliação, e Conselho de Segurança da ONU debate escalada do conflito
O cenário global voltou a ficar tenso após os Estados Unidos lançarem uma ofensiva militar contra o Irã no último sábado (22), utilizando 125 aeronaves e 75 armas guiadas, incluindo 14 bombas antibunker do tipo GBU-57 — de uso inédito em combate. Os alvos foram instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Isfahan. A operação, nomeada “Martelo da Meia-Noite”, teve apoio de Israel e desencadeou reações imediatas de líderes internacionais, levando o Conselho de Segurança da ONU a convocar uma reunião extraordinária.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, classificou os ataques como agressões graves e prometeu uma “resposta decisiva”, responsabilizando também Israel pelas mortes de civis, cientistas e comandantes militares. Em retaliação, o Irã lançou 40 mísseis contra Israel e ameaçou os EUA com represálias. Entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, China e Rússia criticaram fortemente os ataques, enquanto França, Reino Unido e EUA os defenderam como necessários para conter o programa nuclear iraniano.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, confirmou a existência de crateras nas instalações atingidas, mas ainda sem sinais de vazamento de radiação. O presidente francês, Emmanuel Macron, conversou com Pezeshkian e pediu diálogo urgente. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a escalada como uma “ameaça direta à segurança mundial”.
Estreito de Ormuz na mira
Diante da ofensiva, o parlamento iraniano propôs o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo mundial. A medida pode afetar bilhões de dólares em exportações e provocar alta global no preço do barril. A decisão final será do Conselho Supremo de Segurança do Irã. O estreito, localizado entre o Irã e Omã, é vital para a economia global e nunca foi fechado totalmente, apenas interrompido parcialmente em períodos de conflito.
Reações globais
Vizinhos do Irã, como Iraque, Omã e Paquistão, condenaram os ataques. A Arábia Saudita adotou tom neutro, embora tenha expressado preocupação. A China pediu cessar-fogo imediato e a Rússia classificou os bombardeios como “violação do direito internacional”. O papa Leão XIV também se pronunciou, pedindo paz e diálogo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que o programa nuclear iraniano foi “completamente destruído” e sugeriu abertamente uma “mudança de regime” em Teerã. Já o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o conflito “está perto do fim” e elogiou a atuação americana.
Enquanto o mundo aguarda os próximos passos, as tensões no Oriente Médio colocam em xeque a estabilidade geopolítica e energética global. A ONU segue reunida nesta segunda-feira (23) para tentar conter a escalada da violência.
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