Presidente dos EUA diz que acerto está fechado, mas ainda depende de aval dele e de Xi Jinping; fornecimento de ímãs e metais raros é destaque nas negociações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (11) que o acordo comercial com a China está fechado, restando apenas a aprovação final dele e do presidente chinês, Xi Jinping. O anúncio foi feito por meio das redes sociais, após dois dias de negociações entre representantes dos dois países em Londres.
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Entre os principais pontos do entendimento está o fornecimento de ímãs e metais de terras raras pela China, considerados estratégicos para a indústria tecnológica. Em contrapartida, os EUA manterão o acesso de estudantes chineses às universidades americanas, algo que Trump classificou como “positivo”.
Apesar do anúncio, ainda há incertezas sobre os termos exatos do acordo. O republicano disse que os EUA estão “recebendo um total de 55% em tarifas; e a China, 10%”, o que gerou confusão, já que o tratado assinado em maio, em Genebra, previa uma redução para 30%.
O vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, afirmou que o novo entendimento segue a linha do acordo firmado em Genebra e das conversas entre os presidentes no último dia 5.
A fala de Trump representa uma mudança de tom em relação ao passado, quando ele chamava Xi Jinping de “duro” e difícil de negociar. Agora, o presidente norte-americano disse que o relacionamento com a China “é excelente”.
Entenda o histórico
Desde abril, EUA e China estão em uma disputa comercial marcada por aumento de tarifas e retaliações. No início, o governo americano impôs taxas de até 34% sobre produtos chineses. Pequim respondeu na mesma moeda, e as tarifas chegaram a 145% em alguns setores.
Em maio, os dois países assinaram um acordo temporário em Genebra, prevendo a redução das tarifas por 90 dias. No entanto, o cumprimento do tratado enfrentou obstáculos. No fim de maio, Trump acusou a China de violar os termos, o que foi negado por Pequim.
Segundo Kevin Hasset, principal assessor econômico da Casa Branca, mesmo com autorização chinesa, o fornecimento de terras raras tem ocorrido em ritmo abaixo do esperado. Esse item se tornou um dos pontos centrais das tratativas.
As terras raras são minerais essenciais para a fabricação de diversos produtos tecnológicos, incluindo baterias de carros elétricos, smartphones e equipamentos militares.