Ex-presidente foi interrogado como parte do “núcleo crucial” do inquérito sobre tentativa de golpe em 2022; julgamento avança para fase final
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi interrogado nesta terça-feira (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) como parte da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado em 2022. Questionado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre uma acusação feita em 2021 de que ministros do STF estariam “levando dinheiro” nas eleições, Bolsonaro pediu desculpas e admitiu não ter provas.
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“Não tem indício nenhum, senhor ministro”, afirmou Bolsonaro. “Era um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fossem outras três pessoas [no lugar dos ministros], teria falado a mesma coisa. Me desculpe, não tinha intenção de acusar ninguém de desvio.”
O ex-presidente chegou ao plenário afirmando que poderia “falar por horas” se estivesse “à vontade”, mas seu interrogatório seguiu os limites estabelecidos pelo STF. Horas antes, Moraes havia negado um pedido da defesa para exibir vídeos durante a sessão, determinando que o material fosse apenas anexado ao processo. Ao ser informado da decisão, Bolsonaro resumiu: “Não achei nada.”
Réus do “núcleo crucial” e próximos passos
Bolsonaro é o sexto réu a depor nesta fase do processo. Na segunda-feira (9), foram ouvidos o ex-ajudante Mauro Cid e o deputado federal Alexandre Ramagem. Nesta terça, além do ex-presidente, prestaram depoimento o almirante Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
A PGR acusa o grupo de integrar o “núcleo crucial” de uma organização criminosa que agiu para “romper a ordem democrática”. As acusações incluem crimes como:
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Abolição violenta do Estado Democrático (4 a 8 anos de prisão)
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Golpe de Estado (4 a 12 anos)
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Organização criminosa (3 a 8 anos)
Com os interrogatórios em andamento, o processo avança para a fase final de instrução. Após os depoimentos, as partes terão 15 dias para apresentar alegações finais antes do julgamento pela Primeira Turma do STF.
Próximos passos:
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Conclusão dos interrogatórios
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Possíveis diligências (se solicitadas)
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Prazo para alegações finais (15 dias)
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Julgamento no STF
O caso deve continuar a gerar repercussão à medida que se aproxima da decisão final sobre a responsabilidade dos acusados na tentativa de ruptura democrática.
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