A Porta da Escuridão provocou reações adversas da Igreja Católica local por causa de elementos que consideram “satânicos”.
Um espetáculo programado para o final de outubro no Halle de La Machine, em Toulouse, França, está gerando controvérsia. A ópera urbana intitulada Le Gardien du Temple – La Porte des Ténèbres (O Guardião do Templo – A Porta da Escuridão) provocou reações adversas da Igreja Católica local por causa de elementos que consideram “satânicos”.
No centro da polêmica está a figura de Lilith, uma personagem que mistura traços humanos e animais, interpretada por uma grande máquina controlada por 18 técnicos em exoesqueletos. Com metade do corpo de mulher, o restante de escorpião, além de pernas de aranha e chifres, Lilith será apresentada em um desfile pelas ruas de Toulouse, ao lado de outras criações mecânicas, como Ariane, uma aranha gigante, e Asterion, uma referência ao lendário minotauro. As esculturas foram idealizadas pelo artista François Delarozière.
O evento, que acontecerá de 25 a 27 de outubro, causou preocupação entre membros da Igreja Católica. O arcebispo de Toulouse, Guy de Kerimel, emitiu um alerta aos fiéis sobre os perigos espirituais do espetáculo. Ele também anunciou que irá consagrar “a cidade e a diocese ao Sagrado Coração de Jesus” durante uma missa em resposta às preocupações levantadas pela exibição.
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Hervé Gaignard, da diocese de Toulouse, expressou sua inquietação sobre o espetáculo: “Este evento encarna um fascínio pelo mal, especialmente pela figura de Lilith, um demônio, e pelo Minotauro. Além disso, o cartaz do show, que exibe uma cidade em chamas e igrejas queimando, é particularmente perturbador.”
Ele acrescentou: “Um show nunca é neutro. Mesmo que à primeira vista pareça humorístico, estamos atentos ao uso de símbolos ou figuras satânicas. Espetáculos como este podem influenciar emoções e fazer parte da construção pessoal dos espectadores. Nunca são completamente inocentes.”
Com a proximidade do evento, a tensão entre os organizadores e a comunidade católica promete aumentar, levantando debates sobre liberdade artística e respeito às crenças religiosas.
