Caros amigos
Nos 21 anos do Regime implantado em 1964, os militares tiveram que enfrentar duas “crises do petróleo” e uma guerra contra o terrorismo.
Saíram politicamente desgastados, mas conscientes de que haviam feito o que tinha que ser feito.
Poderiam ter promovido eleições diretas ao fim do Governo Médici, tendo a certeza da vitória, mas optaram por manter-se no poder por mais algum tempo e assegurar o triúnfo sobre os grupos terroristas que ameaçavam a segurança do estado.
Deram por concluída a missão em 1985 e entregaram o poder aos civis, com um índice muito baixo de aprovação junto à população desatenta e imediatista.
As coisas mudaram e seguiram-se três décadas de governos fabianos e bolivarianos que iludiram e roubaram o povo e o País até o limite da bancarrota.
Durante esse tempo, dois Presidentes, eleitos pela democracia preservada pelo Regime Militar, foram impedidos de dar prosseguimento a seus mandatos, acusados de irregularidades administrativas e de conivência com a corrupção.
Em 2018, impulsionados pelo fracasso e pela absurda exacerbação da desonestidade intrínseca ao ambiente político brasileiro, as coisas mudaram e foi eleito um governo cujo discurso de campanha prometia uma mudança para a direita, liberal, moralista e conservadora, que, em definitivo, erradicaria a corrupção do cardápio de cretinices à disposição dos Poderes da República.
No entanto, como grosseiramente diria o poeta, uma pandemia havia no caminho, no caminho a imprensa e a oposição enxergaram no Presidente um alvo compensador; uma ruptura na base parlamentar havia no caminho, no caminho havia uma família, uma “rachadinha” e Supremos Juízes com ganas de poder; o combate implacável à corrupção desembarcou no meio do caminho, no meio do caminho havia uma bifurcação, um “centrão “embarcou e o novo caminho a outro destino passou a levar.
Assim, os obstáculos e as voltas do caminho estão fazendo com que o governo reduza a impulsão, a rapidez e o alcance pretendido pelo movimento à direita, dando à esquerda e à corrupção, além de tempo para a reorganização, um arsenal de argumentos e de reforços que lhes permitem sobradas razões para crer que, ao término do segundo tempo deste jogo, encontrarão ambiente favorável para uma volta triunfante ao poder!
A última impressão é a que fica. No mundo todo, sendo ela ruim, as coisas mudam para melhor. No Brasil tem sido diferente, mudam para pior, mas mudam…
Triste sina…
Gen Paulo Chagas